domingo, 28 de junho de 2009

Conhecer a identidade do charuto - Coleccionar cintas de charutos

Conta-se que na Rússia a Rainha Victória tinha o hábito de fumar charutos. Naquele tempo era hábito as senhoras usarem luvas brancas. Manusear os charutos com as ditas luvas provocaria manchas. Para ultrapassar este pequeno problema a rainha terá pedido que colocassem uma fita de seda envolvendo o charuto. Terá aqui nascido a ideia de se colocar uma anilha? Outra versão tem a ver como um meio de proteger a capa exterior do charuto evitando que a mesma se desprenda.
O que sabemos, no entanto é que Gustav Bock de nacionalidade holandesa , um grande fabricante de charutos em Cuba que rivalizava com os produtores espanhóis para tornar diferente o seu produto resolveu envolvê-los com uma pequena anilha e assim os personalizava diferenciando-os da concorrência. Seria a sua imagem de marca.
Na última metade do séc. X l X era já comum as várias marcas colocarem as suas cintas de charutos e daí a coleccioná-los foi um passo.
Vitofilia é o termo actualmente utilizado por quem se dedica a coleccionar anilhas de charutos existindo actualmente uma grande variedade .
O uso do tabaco é já conhecido no 1000 A . C. Nas tribos indígenas da América Central sendo por elas utilizado nos seus rituais.
Na Europa aparece-nos o seu uso já séc. XVI. Inicialmente o seu consumo encontra-se ligado a fins curativos. No séc. XVII é conhecido o caso da rainha Médicis de França que o utilizava para aliviar as dores das enxaquecas que frequentemente a atormentava. Nesta época era também moda, a alta sociedade cheirarem o rapé que era colocado em bonitas caixinhas. Cheiravam o rapé (o tabaco), davam um espilro e todos se sentiam contentes... coisas de outros tempos.
O consumo alastrou-se até aos nossos dias. Se inicialmente era utilizado para fins curativos, hoje está mais do que demonstrado de que o seu uso é perigoso para a saúde pelo que o bom senso aconselha a evitar-se o seu consumo .
O interesse em coleccionar as anilhas de charutos vem também do facto da sua maioria serem cuidadosamente impressas, sendo estas a sua colocação a última fase do longo processo do seu fabrico. É sem dúvida uma identidade do charuto e uma vez retirada só com alguma perícia o poderemos identificá-lo.
Aos longos dos anos foram produzidas milhares de anilhas, umas identificativas apenas do fabricante e outras são edições especiais personalizadas de quem as encomendou, ou retractando os mais diversos acontecimentos. H á edições que valem pequenas fortunas. O requinte como algumas são impressas, a história que pode estar por detrás de cada edição, ou os diferentes motivos que elas nos transmitem torna-as coleccionáveis. Reuni-las todas é tarefa quase impossível.

Como orientar uma colecção?



Por marcas de fabricantes.
Por países.
Por temas.

A primeira e a segunda possibilidade têm uma perspectiva tradicional. Se introduzir-mos um texto adequado poderá contar-nos muitas histórias curiosas dos seus fabricantes ou dos países produtores.
A terceira orientação é muito aliciante, tal a variedade de motivos disponíveis nas anilhas de charutos. É possível encontrar entre outros os seguintes temas:

* Fauna (cães, gatos, peixes...).
* Meios de transporte (automóveis, barcos...).
* Personagens célebres.
* Desporto.
* Paisagens e monumentos.
* Artistas de cinema.
* Pintura.
* Tradições e costumes.
* Emblemas.
* Brasões.
etc. etc.

Existem no mercado algumas variedades de folhas que possibilitam uma montagem atraente desta colecção. Apostar na sua conservação será uma primeira opção em ter em conta.
Há também a possibilidade de se coleccionar os rótulos das caixas de charutos, estas existentes em menor número.
Permitam-me agora uma pequena observação. Colecciono este material há cerca de 40 anos e por isso mesmo consegui reunir largas centenas de exemplares. Como colecção organizada há mesmo tempo, é certo. Mas uma pergunta que sempre fiz a mim próprio e nunca encontrou uma resposta aceitável. O que terá levado um não-fumador assumido, a interessar-se por coleccionar anilhas de charutos? “ Coisas” de coleccionador... Será?
Rui P. Carvalho
Nota:
Para saber mais sobre este tema consultar
http://cintasdecharutoecompanhia.blogspot.com/

4 comentários:

Unknown disse...

Tampoco puedo responderle esa pregunta. Parece que coleccionar no tiene tanta relación con el objeto, sino con la pura obsesión de coleccionar, que suele caer, obvio, sobre cualquier lindo o interesante o valioso material, sea éste anillas de tabacos o sellos o monedas.

Arnaldo Jorge Leitão disse...

Parece-me obvio o facto de um coleccionador de cintas de charuto, não ser fumador. Tendo em conta o mesmo princípio, há quem coleccione pinturas, sem ser pintor; miniaturas de automóveis, sem ter carta de condução; papagaios de papel, sem nunca ter voado, etc. Convido-o a ver o meu blog: http://cintasdecharutoecompanhia.blogspot.com. Arnaldo Leitão

maria araujo disse...

Boa tarde, herdei uma grande coleção de cintas e rótulos de charuto que pretendo vender. Preciso de alguma orientação e se me puder ajudar, ficarei muito grata

maria araujo disse...

Boa tarde, herdei uma grande coleção de cintas e rótulos de charuto que pretendo vender. Se me puder ajudar ficarei muito grata