quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O Castelo de Guimarães










Guimarães continua a ser um dos símbolos na nossa nacionalidade.
Nos finais do séc. I X, Diogo Fernandes, acompanhado de sua mulher e filhos vieram estabelecer-se na região vimaranense, que naquela época reunia condições para o desenvolvimento. Estávamos na época da Reconquista cristã da Península Ibérica.
Este casal de origem Castelhana, de entre os filhos que teve, veio a ter especial importância histórica a sua filha Mumadona, que veio a contrair matrimónio com Hermenegildo Gonçalves, conde de Tui. Os descendentes desta família vieram a governar este pequeno território até aos finais do terceiro quartel do séc. X I .
Mumadona quando enviuvou era possuidora de muitos bens materiais, fazendo-os distribuir pelos seus seis filhos no ano de 950. A se deve a fundação de um mosteiro.
Há um documento datado de 4 de Dezembro de 968 no qual se ao primitivo castelo de Guimarães , na altura de S. Mamede que fora edificado para a defesa dos frades e das freiras dos ataques dos Mouros. Não eram só os mouros que havia a temer. Eram também os normandos que naquela época faziam várias incursões para o interior causando o terror nas populações.
Quando o conde D. Henrique e D. Teresa vieram viver para esta parte do território, o primitivo castelo deveria basear-se numa torre e num muro de defesa. O Conde D. Henrique, de origem francesa, fez importantes obras com fortificações mais sólidas, demolindo parte do existente. Edificou novas torres, com novos espaços interiores. A torre de menagem a ele é atribuída a sua construção.
Ao longo dos anos foi sofrendo obras de restauro, nomeadamente por d. Afonso I I I . D. Dinis, D. Fernando e D. João I.
( Carta circulada censurada, entre Portugal e Inglaterra, possuindo dois selos com a estátua de D. Afonso Henriques, junto do Castelo de Guimarães. Série de 1840 comemorativa do 8.º Centenário da Fundação e 3º Centenário da Restauração de Portugal)
Do casamento do conde D. Henrique com D. Teresa, nasce provavelmente em 1909 D. Afonso Henriques e é de admitir que nos primeiros anos de vida tenha aqui vivido.
Alguns combates, não muitos, tiveram lugar neste local, como o conhecido cerco imposto por Afonso V II de castela, do qual resultou o episódio de Egas Moniz.
A demolição deste castelo, esteve quase a consumar-se no sé. XIX a pretexto de se conseguir granito suficiente para obras de arruamentos . A retirada de granito das muralhas exteriores para esse fim não foi considerada suficiente pela própria edilidade . o que se verificou foi que em 1836 um vereador chegou mesmo a propor a sua demolição para dele se retirar o granito que faltava. Não se vei a consumar-se esta proposta apenas por um voto, conforme rezam as crónicas da época.
Obras de restauro mais recentes, dão a este monumento a dignidade do simbolismo histórico que merece.
( Carta pré-filatélica, circulada entre Guimarães e Porto, com carimbo a preto, datada de 18o9)O centro histórico de Guimarães, onde o seu castelo está inserido, foi há pouco tempo classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
A filatelia não poderia deixar de representar este património nacional.
A série de 1926, 1ª emissão comemorativa da independência de Portugal no selo de 4 centavos refere-se ao D. Afonso Henriques e no ano seguinte, 1927 2ª emissão, o motivo do selo de 3 centavos refere-se ao castelo de Guimarães.
Outras emissões referem-se ao castelo de Guimarães ou ao D. Afonso I , nomeadamente em 1940 no 8º centenário da Fundação de Portugal e em 1946 numa série dedicada aos castelos de Portugal.
Mais recentemente, em 1986, os CTT, voltam a emitir um conjunto de séries dedicadas aos castelos e Brasões de Portugal, no qual o castelo de Guimarães volta a ser referenciado.
Guimarães e o seu centro histórico é um local de visita obrigatória. Mas para quem queira ter sempre presente este símbolo nacional, a filatelia proporciona-lhe esta memória.

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